Aeroviários de Minas Gerais

Aeroviários de Minas Gerais

Em setembro, os trabalhadores aeroviários de Minas Gerais, São Paulo, Campinas, Alagoas e Amazonas iniciaram suas negociações coletivas de trabalho, unindo forças e construindo uma pauta de reivindicações em conjunto. Os sindicatos que representam a categoria buscaram ouvir os trabalhadores e, apesar de todos os desafios enfrentados nestes dois últimos anos – em especial, em virtude da crise econômica e social provocada pela pandemia da Covid-19 –, a luta está cada vez mais forte.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Claudio de Carvalho, a meta da categoria é alcançar o reajuste dos últimos 24 meses referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que representa 16,5%. Ou seja, trata-se da defasagem salarial dos aeroviários que precisam urgentemente de reposição salarial. “Sabemos que, com a inflação atual a níveis galopantes, esse índice pode chegar facilmente a cerca de 20% ou até mais.

Aeroviários de São Paulo

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Paulo de Tarso Gonçalves Junior, presidente do Sindicado dos Aeroviários de Minas Gerais acrescenta que “a inflação durante a pandemia corroeu o poder de compra dos aeroviários, para todo lado que se olha, observa-se o aumento dos preços”. Dessa forma, ele espera que, neste ano, a categoria possa atravessar a campanha com saúde e, ao final, possa aproveitar as festas natalinas com reajuste salarial e avanço nas cláusulas sociais.

Já o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Amazonas, Williney Conegundes de Almeida salienta que os aeroviários não tiveram reajuste salarial em 2020 e 2021 e, por isso, a reivindicação para 2022 engloba os índices de ambos os anos. Além disso, o reajuste deve alcançar ainda o vale alimentação e o vale refeição.

Aeroviários do Amazonas

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Por sua vez, José Oliveira Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários dos Municípios de campinas, Sorocaba e Jundiaí, ainda acrescenta a manutenção da folga 5×1, além da folga agrupada e mensal. Para ele, há uma grande perspectiva de que a categoria consiga o reajuste dos salários, com um ganho real de 5%. “Além da recomposição salarial, também vamos lutar pela manutenção dos direitos já conquistados em negociações anteriores”, frisou.

O presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de Alagoas, Cristiano Calheiros, ainda acrescenta mais uma grande conquista da categoria que foi a criação do Instituto Nacional de Formação da Aviação (INFA), que tem como objetivo a oferta de cursos de manutenção de aeronaves. Para ele, o principal desafio dos aeroviários em meio à crise pandêmica é ‘trazer para a nossa categoria um bom acordo, visando a narrativa das empresas no aspecto econômico, que estão com grandes dívidas acumuladas”. No entanto, ele acredita que todas já estão em um momento de grande retomada de voos e até mesmo criação de novas malhas aéreas.

Aeroviários de Alagoas

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Prioridade na vacinação contra a Covid-19 e manutenção de postos de trabalho

Paulo de Tarso ainda destaca que, além das campanhas salariais e negociações, os sindicatos dos aeroviários travaram uma verdadeira luta com os governos federal, estaduais e municipais para conquistarem a prioridade na vacinação contra a Covid-19. “Entendemos que o vírus não chegou ao Brasil pelo mar, mas sim a bordo dos vários voos que o país recebe. Sendo assim, ao abrir a porta das aeronaves em solo brasileiro, a primeira pessoa que ali está é sempre um aeroviário. Ou seja, a categoria enfrentou um duro inimigo da humanidade, o coronavírus”, explicou.

Claudio de Carvalho ainda salienta que a manutenção dos postos de trabalho também foi um dos grandes desafios enfrentado pela categoria. “Eu que tenho 43 anos de aviação nunca vi uma crise como essa, mas acredito que conseguimos enfrentar esse desafio muito bem, pois conseguimos segurar muitos postos de trabalho. Mesmo quando a demissão era inevitável, buscamos garantir benefícios aos trabalhadores, além do estimulo à demissão voluntária dos aposentados”, colocou.

 

Perspectivas

Claudio de Carvalho relata que já consegue vislumbrar uma melhora para o setor aeroviário, mas projeta um retorno do crescimento econômico mais forte para 2022. “Nosso sindicato fica em frente à pista de pouso e decolagem do Aeroporto de Congonhas e, no ano passado, durante a pandemia, ficávamos até três horas sem ver um único pouso ou decolagem. Isso em um aeroporto que costuma ter um intervalo de 30 segundos a cada pouso e decolagem”, revelou ao acrescentar: “atualmente já há filas de aeronaves para decolar, especialmente, no início da manhã e final da tarde”. No entanto, ele acredita que somente no final de 2022, o número de passageiros do transporte aeroviário irá voltar ao mesmo patamar de 2019.

Já o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Amazonas, Williney Conegundes de Almeida, enfatiza que apenas entre maio e junho, as pessoas começaram a viajar novamente. “Tem sido um desafio atras do outro, pois além dessa pandemia a qual ainda estamos vivendo, tivemos que enfrentar a Reforma Trabalhista e a Reforça da Previdência. Estamos lutando para passar por todos esses obstáculos”, reforça.

Ele acredita que, “após o aquecimento do setor com o aumento da venda de passagens e transporte de carga, as empresas irão decolar e junto os aeroviários também precisam voar, com salários e benefícios maiores”, finalizou.